terça-feira, 27 de julho de 2010

De verdade? Não estou muito afim de nada...

Nem de você, nem de mim,
Nem de comer, nem de beber,
Nem de olhar, Nem de cegar,
Nem correr, nem andar, nem fazer, nem chorar...

Cansei de tudo que me deixa inquieto.
Agora só quero parar...
E desafiar qualquer nova fronteira
que se impor a minha frente

E quem sabe vencer.
Vencer seria algo maravilhoso
Essa sensação agitada de alegria
que a tanto tempo eu não sinto.

No entanto me pego em contradição.
Ter vontade de não ter vontade
já é ter vontade.

E então me deparo novamente
como aquela mesma pessoa
que achei não servir pra nada
e que procura apenas uma luz
para voltar a "viver".


by Henrique de Oliveira.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sabe, estou procurando um modo de mudar minha vida!
Mais uma tentativa frustrada de fugir da rotina que me cerca.

Estou cansado!

Meu corpo pede novidades!
Minha alma pede por momentos novos!
Meus pés anseiam por lugares diferentes!
Meus olhos pedem por novos horizontes!

Mas de que adianta..
Estar em uma nova 'vida' vivendo a 'vida' antiga?
Às vezes é difícil deixar pra trás velhos hábitos.
Por isso somos sempre pegos cometendo velhos erros.

Mas e o que fazemos com as pessoas que conhecemos?
Deixamos pra trás? Tão friamente assim?
Não! Uma coisa é certa...
O verdadeiro amigo estará com você em todas as vidas que você desejar levar.

E eles serão o nosso apoio..
Se precisarmos cair, eles nos levantarão.
Se quisermos chorar, seus ombros estarão de prontidão.
Se estivermos sorrindo, eles serão a causa dessa diversão.

A vida é uma coisa muito volúvel.
Ela precisa estar sempre mudando.
Assim como nós precisamos sempre estar achando um motivo pra mudar.
Assim como eu espero poder mudar...
Tanto a mim, quanto a minha vida.




by Henrique de Oliveira.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010


Acho a maior graça.
Tomate previne isso,cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...


Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos.

Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.


Prazer faz muito bem.

Dormir me deixa 0 km.

Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.

Viajar me deixa tenso antes de embarcar,
mas depois rejuvenesço uns cinco anos.

Viagens aéreas não me incham as pernas;
incham-me o cérebro, volto cheio de idéias.

Brigar me provoca arritmia cardíaca.
Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago.
Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.

E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!
Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo,
faz muito bem!
Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.
Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!
E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda!
Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer,
não há tomate ou mussarela que previna.


Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau!

Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!


Conversa é melhor do que piada.

Exercício é melhor do que cirurgia.
Humor é melhor do que rancor.
Amigos são melhores do que gente influente.

Economia é melhor do que dívida.
Pergunta é melhor do que dúvida.
Sonhar é melhor do que nada!




LUÍZ FERNANDO VERÍSSIMO

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010


DIFÍCIL OU IMPOSSÍVEL?

Difícil amar alguém a quem não podemos.
Tão difícil que às vezes dá vontade de não existir.
Tão difícil que de vez em quando cometemos o erro de pensar.
Tão difícil que precisamos de forças que não temos para ter força pra esquecer.

É tão ruim querer uma pessoa que está fora de alcance.
E pensar em como foi bom poder abraçá-lo ontem ou ante-ontem.
E pensar em como foi bom poder sentir teu gosto alguma vez.
E pensar em como está sendo ruim eliminar tais pensamentos da minha mente.

Será mesmo melhor pra mim te esquecer?
Será mesmo que preciso acabar com todas as coisas boas que lembro de nós dois?
A dor diminuirá?
Sumirá?

Só sei que te amei.
Se ainda amo não sei.
Se vou deixar de amar vou pensar.
Se continuarei a te admirar, vou tentar!



by Henrique de Oliveira.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

SUTRA DO GIRASSOL¹

Allen Ginsberg

Caminhei pela beira do cais de bananas e latarias e me sentei à sombra enorme de uma locomotiva da Southern Pacific para olhar o sol que se punha entre as colinas de casas como caixotes e chorar.

Jack Kerouac sentou-se a meu lado sobre um poste de ferro quebrado e enferrujado, companheiro, pensávamos os mesmo pensamentos da alma, chapados e de olhos tristes, cercados pelas retorcidas raízes de aço das árvores da maquinaria.

A água oleosa do rio refletia o rubro céu, o sol naufragava nos cumes dos últimos morros de Frisco², nenhum peixe nessas águas, nenhum ermitão nessas montanhas, só nós dois com nossos olhos embaçados e ressaca de velhos vagabundos à beira-rio, malandros cansados.

Olha o Girassol, disse ele, lá estava a sombra cinzenta e morta contra o céu, do tamanho de um homem, encostada ressecada do topo do montão de serragem velha

- Ergui-me encantado - meu primeiro girassol, recordações de Blake - minhas visões - Harlem

e infernos dos rios do Leste, pontes com clangor dos Sanduíches Gordurosos de Joe³, carrinhos de bebês mortos, negros pneus carecas largados lá, o poema do cais à beira-rio, preservativos & penicos, facas nada inoxidáveis de aço, só o lixo úmido e os artefatos de afiados gumes passando para o passado -

e o Girassol cinzento reclinado contra o crepúsculo, desoladamente rachado e ressecado pela fuligem e a fumaça e o pó de velhas locomotivas em seu olho -

corola de turvas pontas retorcidas e partidas como uma coroa arrebentada, sementes roladas de seu rosto, boca em breve desdentada ao ar ensolarado, raios de sol se apagando na cabeça cabeluda como uma teia de fios secos,

folhas tesas como ramos presos ao tronco, gesto enraizado na serragem, pedaços de estuque caídos dos negros galhos, mosca morta na orelha,

Ímpia coisa velha destroçada, você, meu girassol, Ó minha alma, como então te amei!

A fuligem não era uma fuligem humana porém morte e locomotivas humanas,

toda essa roupagem de pó, esse véu de pele escurecida da estrada, essa fumaça da face, essa pálpebra de negra miséria, essa fuliginosa mão ou falo ou protuberância de algo artificial pior que a própria sujeira - industrial - moderna - toda a civilização maculando sua louca coro dourada -

e todos esses torvos pensamentos de morte e olhos empoeirados de desamor e tocos e raízes retorcidas embaixo, dentro do seu montão de areia e serragem, notas falsas de borracha de dólar, pele de maquinaria, as entranhas e vísceras do carro que tosse e chora, as latas vazias e abandonadas com suas enferrujadas línguas de fora, o que mais poderia eu nomear, a cinza queimada de algum cigarro do caralho, bocetas dos carrinhos e os túrgidos seios dos carros, bundas gastas dos bancos e esfíncteres dos dínamos - todo esse

emaranhado nas suas raízes mumificadas - e você aó postado a minha frente ao sol poente, toda a sua glória em sua forma!

Beleza perfeita de um girassol! excelente existência perfeita de um adorável girassol! doce olho natural voltado para a lua nova "hip", desperto vivaz e excitado respirando a dourada brisa da luz do sol poente!

Quantas moscas zumbira, a seu redor ignorando sua fuligem, enquanto você amaldiçoava os céus da ferrovia em sua alma em flor?

Pobre flor morta? Quando foi que você esqueceu que era uma flor? quando foi que você olhou para sua pele e resolveu que era uma suja e impotente locomotiva velha? o espectro da locomotiva? a sombra e vulto de uma outrora poderosa locomotiva americana louca?

Você nunca foi uma locomotiva, Girassol, você é um girassol!

E você, Locomotiva, você é uma locomotiva, não se esqueça!

E assim agarrei o duro esqueleto do girassol e o finquei a meu lado como um cetro,

e faço meu sermão para minha alma, e também para a alma de Jack e para quem mais quiser me escutar.

- Nós não somos nossa pele de sujeira, nós não somos nossa horrorosa locomotiva sem imagem empoeirada e arrebentada, por dentro somos todos girassóis maravilhosos, nós somos abençoados por nosso próprio sêmen & dourados corpos peludos e nus da realização crescendo dentro dos loucos girassóis negros e formais ao pôr do sol, espreitados por nossos olhos à sombra da louca locomotiva do cais na visão do poente de latas e colinas de Frisco sentados ao anoitecer.

Berkeley, 1995



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¹SUTRA DO GIRASSOL - Sutra são textos védicos, de doutrina filosófico-religiosa. O girassol é uma flor-símbolo para Ginsberg, que, na experiência místico-visionária de 1948 em seu apartamento no Harlem, lia o poema Ha! Sun-Flower dos Songs of Experience, quando ouviu a voz do próprio Blake recitando o poema.

²Frisco - San Francisco. Os moradores desta cidade não apreciam essa designação.

³Sanduíches Gordurosos de Joe - Joe's é uma cadeia de lanchonetes.

*

P
or um segundo, pensei na hipótese de que você pudesse não estar mais aqui...




...E ISSO DOEU MUITO!

domingo, 31 de janeiro de 2010

Dez Pãezinhos

Quero lhes apresentar uma dupla incrível, eles são Gabriel Bá e Fábio Moon.



FÁBIO MOON

Formado em Artes Plásticas pela FAAP, Fábio se pergunta qual é o artista de hoje. Mas não se considera artista. É, acima de tudo, um contador de histórias. Histórias em Quadrinhos. Já fez cinema, teatro, dança. Já trabalhou em Nova York e na Suíça. Hoje, gosta de samba. E de mulher, claro.

GABRIEL BÁ

Formado em Artes Plásticas pela ECA-USP, Gabriel conheceu muita gente interessante durante o período em que freqüentava a faculdade. Não conheceu o neto bastardo do seu bisavô, mas descobriu nas pessoas sua grande fonte de inspiração, e logo elas passaram a fazer parte de suas histórias. Suas Histórias em Quadrinhos. Já apareceu na TV, no Jornal, já foi, inclusive, uma celebridade. hoje é apenas ele mesmo, embora, ainda assim, seja muito parecido com seu irmão. Ele também gosta de mulher. E de samba, claro.

Fábio e Gabriel são irmãos gêmeos.


Seus desenhos são muito bons e falam de coisas do cotidiano. Eu tenho apenas um livro deles (Crítica), mas já vi outros de seus trabalhos na internet.


Aqui em baixo alguns de seus trabalhos:






Gabriel Bá e Gerard Way (vocalista da banda My Chemical Romance) trabalharam juntos em The Umbrella Academy. A trama, em seis volumes, acompanha a história dos membros da Umbrella Academy, um grupo de jovens com poderes especiais. Mal tinham nascido, cada um desses super-heróis modernos foi levado para morar com o senhor Reginald Hargreeves (um alienígena que se passava por um famoso empresário), a fim de serem treinados para salvar o mundo de uma ameaça ainda não identificada.

Criados por uma "mãe" e um "pai" estranhos e rígidos, cada uma das crianças era denominada como um número. "Um", Luther, tornou-se o Spaceboy, o líder e mais forte de todos. "Dois", Diego, chamado de Kraken, é capaz de segurar a respiração por tempo indeterminado. "Três", Allison, era chamada de Rumor e tem o poder de materializar qualquer coisa que fale. "Quatro", Klaus, Seance, pode levitar e falar com os mortos. "Cinco" é capaz de fazer viagens para o futuro a qualquer momento. "Seis", Ben, era chamado de Horror por ter monstros de outras dimensões embaixo de sua pele. E "Sete", Vanya, não aparentava ter poder algum, exceto ser muito interessada em música.

O tempo passou, porém, e cada um dos membros seguiu seu rumo na vida. O reencontro se dá quando da morte de Hargreeves, quando também começam a acontecer diversos ataques tanto aos jovens quanto ao planeta, de forma geral. Tudo para o qual foram criados passa a fazer mais sentido a partir desses eventos.

Recentemente Gerard Way assinou um contrato com os estudios Universal para adaptar sua HQ para os cinemas. O musico declarou que gostaria que Alfonso Cuarón (diretor de A Princesinha, Filhos da Esperança, Harry Potter e o Prisioneiro De Azkaban, etc...) fosse o diretor do filme. Gerard Way ainda declarou em entrevista á revista americana Comic Book Resources o desejo de escrever mais três ou quatro edições antes do lançamento do filme.

The Umbrella Academy foi lançada em 19 de Setembro de 2007. Além da história ser de Gerard Way e as ilustrações de Gabriel Bá, têm também as cores de Dave Stewart, letras de Blambot's Nate Piekos e arte de capa de James Jean.






Veja o Blog deles clicando aqui.

Clicando aqui, vocês podem ler um pouco mais sobre eles, além de ler ou assistir uma entrevista com os dois.